Investidor: Como Planejar Suas Aplicações para Alcançar Seus Objetivos

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Investir é um processo que se inicia por uma autoanálise do investidor, quando preenche o seu Suitability, o formulário de adequação do perfil do investidor, e se encerra com a avalição das decisões de investimento e os ajustes decorrentes da distância entre o planejado e o que, de fato, a realidade determinou.

A minha percepção é que tanto investidores quanto assessores, especialistas e gerentes de relacionamento (profissionais de venda e aconselhamento) dão pouco valor a fase inicial e focam uma atenção desproporcional aos ativos que comporão o portfólio. Algo que soa esquisito, é como alguém que vai ao restaurante e está mais preocupado com o prato que vai escolher do que com suas preferências, estado de espírito e do próprio paladar.

Em geral as conversas entre profissionais e investidores são pautadas pelo potencial de rentabilidade dos produtos, os riscos envolvidos, tentar antecipar as taxas de juros e os próximos capítulos da macroeconomia e volta em um loop para os possíveis impactos nos ativos. Tudo isto para tentar prever o futuro e afunilar para uma recomendação ou indicação sobre qual ativo deve ser comprado. O Suitability, pode ter sido até bem elaborado, mas ele fica perdido como um mapa que alguém viu antes de iniciar a viagem e esqueceu no porta-luvas, ou entre tantos outros aplicativos abertos no celular.

Por que a fase inicial é frequentemente negligenciada?

Pela ótica do investidor é muito mais interessante, instigante, pensar nos ganhos que poderão advir das suas escolhas, dos riscos que estará evitando e poder celebrar as apostas certeiras, aquelas que superaram as alternativas que descartou. Quando as coisas dão errado, ainda assim, é possível atribuir os erros de avaliação ao imponderável, ao Governo que insiste em cometer erros, a Israel que não deveria ter disparado um ataque a embaixada do Irã na Síria ou mesmo a maluquice que teria sido o revide iraniano. Resta a nós investidores recalcular a rota e refazer as alocações. Mundo ingrato.

Qual é o problema de focar apenas nos produtos?

Para os profissionais esta prosa sobre prever o futuro, fazer cenários e focar em produtos também é muito boa. Para começar, por formação (me incluo neste quesito) somos preparados para conhecer as características dos produtos, desde a legislação aplicável, passando pela tributação até suas características de risco e retorno. Para melhorar nosso repertório, ainda somos treinados nos meandros da diversificação, da composição das carteiras ótimas, aquelas que maximizam o retorno para cada unidade de risco.

Como isso afeta tanto investidores quanto profissionais?

A visão por produtos também é a mais simples para as empresas, bancos e plataforma. Para eles, remunerar os canais e força de venda por meio de comissões sobre a rentabilidade ou volume de produtos vendidos é mais simples. Basta apurar quanto foi transacionado e calcular os valores. Ou seja, é mais fácil criar incentivos para venda, basta vender a maior quantidade e ganhar a maior comissão. Facilita também para criar campanhas de venda, rankings e bonificações pelo sucesso.

Como os investidores devem repensar seus investimentos?

Parece que todos nós, de clientes a vendedores, gostamos de ficar avaliando e comparando nossas decisões de investimento, se foram boas ou não, se atingiram o alvo ou não, e de renovar as esperanças pelo acerto em novas apostas. Como em um cassino, cada máquina ou mesa é um jogo e cada jogo uma adrenalina. O que importa é vencer a mesa. Na verdade, o que importa não é o investimento, é a sensação de ter vencido. É o júbilo de ser o vencedor. É o ego em ação.

Como os objetivos de vida devem influenciar os investimentos?

A pergunta que o investidor deveria se fazer, contudo, não é se o produto A ou B rendeu tanto ou acima ou abaixo de alguma referência, mas se aquela rentabilidade é a necessária para alcançar seus objetivos de vida, afinal, ninguém investe por investir. O investimento é um meio, não um fim.

Exemplos práticos de alinhamento entre investimentos e objetivos de vida

Por exemplo, se o investidor precisa juntar dinheiro para comprar um imóvel e este é um sonho de vida, algo realmente importante, e a valorização deste ao longo do tempo acompanha a inflação, um título do Tesouro como o IPCA+, ou a NTN-B, já atenderia muito bem seu objetivo. Talvez até um título privado indexado ao CDI mais uma taxa de juros.

Conclusão

Ganhar mais dinheiro é sempre bom, mas dependendo do que está em jogo, será que vale à pena correr o risco de perder a oportunidade de concretizar um sonho? Se o objetivo é realmente importante, faz sentido ficar preocupado ou sofrer porque uma alternativa de investimento teve desempenho melhor que a escolhida?

Olhar os investimentos pela ótica dos nossos objetivos e restrições é mais complicado, primeiro porque impõe uma profunda reflexão sobre o que queremos e depois nos impõe limites que muitas vezes não queremos enfrentar. Para os profissionais, também não é bom


Por /Hudson Bessa


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